Meus cigarros já não me acalmavam, na verdade me causavam mais raiva, eu já não suportava mais toda aquela mecânica, toda aquela fumaça, toda aquela falta de ar e as ânsias de vomito, mas eu fumava mesmo assim e aquilo me lembrava do tanto que eu perdi, do tempo e de mim. Eu deixei alguma coisa para traz e não foi só o amor.
Eu encontrei um pouco de amor aqui ou ali, não tinha o mesmo gosto, parecia um tipo diferente de sorvete, que não saciava minha vontade por completo, mesmo a felicidade que me traziam era amostra grátis do que eu tive, eu só queria um feixe, talvez um minuto em que eu me lembrasse como eu costumava ser ao seu lado, e como finalmente eu tinha descoberto que eu não era tão errada assim.
Eu me convenço de que eu estou fora de mim, mas na verdade o fora de mim sou eu nesse momento, quando a gente tem certeza de que é louco, de que esta sempre em constante estado de ilusão? porque eu poderia jurar que eu te vi levantando da minha cama essa noite, ou que eu cozinhei pra você ontem, mas eu sei que isso não aconteceu, você não esta aqui como eu, afinal, eu estou naquele lugar que só eu conheço, com minhas xícaras de café que parecem com o que eu queria que minha vida fosse.